CriaWiki
Advertisement
Este artigo ou secção possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade. Por esta razão, é recomendável que tenha algum cuidado ao ler as informações contidas nele. Se puder, tente tornar o artigo mais imparcial.
Este artigo ou secção possui passagens que foram importadas da Wikipédia. Ainda é necessário adaptá-lo às necessidades da CriaWiki.

Design inteligente (ou projeto inteligente ou Intelligent Design), segundo seus próprios proponentes, é o nome dado à teoria que sustenta que certas propriedades do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por meio de uma causa inteligente e não por leis físicas e processos naturais. É, portanto, a forma moderna do tradicional argumento teológico para a existência de Deus, modificado para evitar especificar a natureza ou identidade desse designer[1]. A idéia foi desenvolvida por certos criacionistas estadunidenses que reformularam seu argumento para contornar o julgamento que proibiu o ensino de criacionismo como ciência.[2][3]Apesar disso, seus proponentes alegam, que essa teoria não pretende determinar a identidade desta causa inteligente, nem afirma ser esta causa necessariamente um "ser divino", ou uma "força superior". Ela supostamente limitaria-se a propor que a ciência possa identificar se certas propriedades do mundo natural são produtos da inteligência. Porém os seus principais defensores, todos associados ao Discovery Institute,[4][5]acreditam que o designer é o Deus do Cristianismo.[6][7] Os pesquisadores buscam no mundo natural (e principalmente em estruturas biológicas) sinais de planejamento, funcionalidade e propósito. A pesquisa se foca nas evidências biológicas e não nas conseqüências das descobertas.[8].

O inequívoco consenso na comunidade científica é que o design inteligente é uma pseudociência.[9] [10][11] A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos afirmou que "criacionismo, design inteligente e outras alegações de intervenção sobrenatural na origem da vida ou das espécies não são ciência porque não são testáveis pelo método científico."[12] A Associação Americana para o Avanço da Ciência diz que "o design inteligente não demonstrou ser uma teoria científica."[13]

A teoria[]

A atual Teoria do Design Inteligente, ou Intelligent Design, Desenho Inteligente, ou ainda, Desígnio Inteligente, baseia-se no conceito da Complexidade Irredutível, para propor a idéia de uma intencionalidade objetiva por trás da concepção da vida. Esse conceito foi popularizado com a publicação do controverso livro A Caixa-Preta de Darwin, de Michael J. Behe, Ph.D. em bioquímica e professor de ciências biológicas na Lehigh University[14].

Os adeptos do conceito de Complexidade Irredutível argumentam que existem estruturas bioquímicas complexas que não podem ser explicadas pelos mecanismos evolutivos do Neodarwinismo. Essas estruturas complexas teriam que surgir já prontas, caso contrário, a existência de cada uma de suas partes autônomas não poderia ser justificada evolutivamente. Behe faz uma analogia com uma ratoeira, na qual todas as peças devem ser montadas juntas para que a finalidade a que se destina seja alcançada. Behe argumenta que é impossível a evolução de uma simples mola até chegar em uma ratoeira sem que haja uma mente prevendo uma finalidade específica para a mesma.

Os críticos dessa idéia, por seu lado, afirmam que a existência de estruturas "irredutivelmente complexas" em sistemas biológicos jamais foi demonstrada. Para eles, possíveis candidatos, como o sistema imunológico, já têm sua história evolutiva bem conhecida e pesquisada[15] [16]. O mesmo ocorre com o ciclo de Krebs [17] [18] [19] que além disso apresenta vários intermediários evolutivos ainda existentes em vários grupos de bactérias [20]. Outras estruturas como o flagelo bacteriano também já teriam sua história evolutiva e suas homologias com outras estruturas devidamente compreendidas [21] [22]. Além disso, pesquisas com receptores de mineralocorticóides demonstram como um sistema irredutivelmente complexo pode surgir a partir de componentes mais simples já presentes do sistema [23].

Adeptos[]

Além de Michael Behe, outros nomes têm se apresentado como defensores do Design Inteligente, assumindo uma postura de questionamento e crítica ostensiva ao neodarwinismo. Dentre eles Philip E. Johnson, Stephen C. Meyer, William Dembsky, Michael Denton, Werner Gitt e Jonathan Wells.

Michael Behe, em seu livro recente "The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism" deixa em segundo plano os argumentos da complexidade irredutível e enfatiza sua convicção sobre a ancestralidade comum dos seres vivos, a qual, vale dizer, ele jamais abandonou completamente[24]. No entanto mantém ainda a idéia de que haveria um projetista por trás das mutações que originariam a variedade genética, matéria-prima do processo evolutivo.

O Discovery Institute, instituição que divulga informações sobre o Design Inteligente, publica uma lista[25] de cientistas que concordam com a seguinte declaração:

Somos céticos quanto às alegações de que a mutação aleatória e a seleção natural são capazes de responder pela complexidade da vida. O exame cuidadoso da evidência a favor da teoria darwinista deveria ser encorajado.

Desse modo tenta demonstrar que um crescente número de cientistas tem adquirido coragem para questionar seriamente a Teoria da Evolução nos últimos anos. A lista contava com mais de 700 assinaturas em fevereiro de 2007.

Oponentes do design inteligente fazem notar que menos da metade da lista é de biólogos evolucionários — o tipo de cientista que estaria familiarizado com as questões subjacentes e apto a se pronunciar com autoridade sobre o assunto. A declaração em si, apesar do que pode parecer ao público leigo, não constitui uma forte oposição à evolução e poderia ser assinada por grande parte dos biólogos evolucionários: Em geral eles concordam que a mutação e a seleção natural não respondem sozinhos pela complexidade da vida, havendo contribuição de outros mecanismos naturais; e a menção ao exame cuidadoso da evidência é apenas uma descrição da atitude profissional que os cientistas devem ter. Além disso, afirmar tal "ceticismo" sem apresentar evidências e estudos científicos não abala em nada a Teoria da Evolução.

E para demonstrar como é insignificante o número de assinaturas do documento publicado pelo Discovery Institute, foi feita uma paródia recolhendo assinaturas de cientistas que aceitam a Evolução e se chamam Steve. Foram recolhidas mais de 800 assinaturas, apenas de cientistas com esse nome.[26] Outro projeto recolhe assinaturas de padres, pastores, e clérigos que aceitam a Evolução, a lista já tem mais de 11.000 assinaturas.[27]

Note-se que outros filósofos e teóricos da evolução argumentam que o termo projetista deveria continuar reservado para casos envolvendo um projetista consciente. Isso implica em que os seguidores da visão padrão, biológica, material da origem das espécies não deveriam usar projeto em discussões sobre organismos ou partes de organismos; desde que estes não têm um projetista, eles não foram projetados no sentido próprio da palavra.

Polêmica[]

A comunidade científica internacional ignora esta teoria, considerando-a um caso de pseudociência e Criacionismo. Oponentes do design inteligente também o identificam como parte da estratégia da cunha.

É importante observar que os defensores do Design Inteligente não se consideram criacionistas, reputando esse termo como inapropriado para identificar a Teoria, uma vez que esta baseia-se em observação empírica e não em conceitos ou escritos religiosos[8] [28].

Também consideram equivocada a afirmação de que o Design Inteligente rejeita a idéia de evolução ou que defenda a eliminação do Darwinismo integralmente. Ao contrário, afirmam que o grande confronto com o neodarwinismo reside na idéia da seleção natural aleatória como mecanismo da evolução, o que para eles, seria inadequado para explicar determinadas características dos mecanismos biológicos[29]. Por outro lado, os evolucionistas fazem notar que a seleção natural não é um processo aleatório, onde o acaso seria o fator principal, mas sim, um processo em que os mais adaptados ao seu ambiente sobrevivem e repassam os seus genes.

Os defensores do Design Inteligente, por sua vez, alegam ser vítimas de preconceito e boicote da parte de seus oponentes. Em um episódio que alcançou alguma repercussão há poucos anos[30], o Dr. Richard Sternberg, alega ter sido pressionado de muitas formas até ser obrigado a renunciar a seu cargo como editor no Proceedings of the Biological Society of Washington, um periódico do Smithsonian Institution, após autorizar a publicação do artigo "A Origem da Informação Biológica e da Categorias Taxonômicas Superiores" (The Origin of Biological Information and the Higher Taxonomic Categories) [31], de Stephen C. Meyer. Sternberg afirma que todos os protocolos para uma publicação deste tipo foram rigorosamente seguidos e sua demissão deveu-se a uma perseguição ideológica. Ele declara:

Em suma, está claro que fui alvo de retaliação e molestamento explicitamente porque falhei em seguir uma regra não escrita no meu papel como editor de um periódico científico: eu supostamente deveria ser o guardião, expulsando explicações impopulares, controversas ou conceitualmente desafiadoras para fenômenos naturais intrigantes. Em lugar disso, eu permiti que um artigo científico criticando o Neo-Darwinismo fosse publicado, e isso foi considerado uma heresia imperdoável.[32]

Referências[]

  1. Numbers, Ronald L. (2006), "The Creationists, Expanded Edition". Harvard University Press, ISBN 0674023390
  2. Context pg. 32 ff, citing.
  3. "ID is not a new scientific argument, but is rather an old religious argument for the existence of God. He traced this argument back to at least Thomas Aquinas in the 13th century, who framed the argument as a syllogism: Wherever complex design exists, there must have been a designer; nature is complex; therefore nature must have had an intelligent designer." "This argument for the existence of God was advanced early in the 19th century by Reverend Paley" (the teleological argument) "The only apparent difference between the argument made by Paley and the argument for ID, as expressed by defense expert witnesses Behe and Minnich, is that ID's 'official position' does not acknowledge that the designer is God." Ruling, p. 24.
  4. "Q. Has the Discovery Institute been a leader in the intelligent design movement? A. Yes, the Discovery Institute's Center for Science and Culture. Q. And are almost all of the individuals who are involved with the intelligent design movement associated with the Discovery Institute? A. All of the leaders are, yes". Barbara Forrest, 2005, testifying in the Kitzmiller v. Dover Area School District trial. "Kitzmiller v. Dover Area School District Trial transcript: Day 6 (October 5), PM Session, Part 1.". The TalkOrigins Archive (2005). Retrieved on 2007-07-19.
    • "The Discovery Institute is the ideological and strategic backbone behind the eruption of skirmishes over science in school districts and state capitals across the country". In: Wilgoren, J (2005-08-21). "Politicized Scholars Put Evolution on the Defensive" (PDF), The New York Times. Retrieved on 2007-07-19. 
    • "Who is behind the ID movement?". Frequently Asked Questions About "Intelligent Design". American Civil Liberties Union (2005-09-16). Retrieved on 2007-07-20.
    • Kahn, JP (2005-07-27). "The Evolution of George Gilder. The Author And Tech-Sector Guru Has A New Cause To Create Controversy With: Intelligent Design", The Boston Globe. Retrieved on 2007-07-19. 
    • "Who's Who of Intelligent Design Proponents". Science & Religion Guide. Science & Theology News (November 2005). Retrieved on 2007-07-20. (PDF file from Discovery Institute).
    • "The engine behind the ID movement is the Discovery Institute". Attie, Alan D.; Elliot Sober, Ronald L. Numbers, Richard M. Amasino, Beth Cox4, Terese Berceau, Thomas Powell and Michael M. Cox (2006). "Defending science education against intelligent design: a call to action". Journal of Clinical Investigation 116:1134–1138. doi:10.1172/JCI28449. A publication of the American Society for Clinical Investigation.. Retrieved on 2007-07-20.
  5. "Science and Policy: Intelligent Design and Peer Review". American Association for the Advancement of Science (2007). Retrieved on 2007-07-19.
  6. "the writings of leading ID proponents reveal that the designer postulated by their argument is the God of Christianity". Ruling p. 26. A selection of writings and quotes of intelligent design supporters demonstrating this identification of the Christian God with the intelligent designer are found in the pdf Horse's Mouth by Brian Poindexter, dated 2003.
  7. 8,0 8,1 Principais questões sobre o Design Inteligente (em inglês)
  8. See: 1) List of scientific societies rejecting intelligent design 2) Kitzmiller v. Dover page 83. 3) The Discovery Institute's A Scientific Dissent From Darwinism petition begun in 2001 has been signed by "over 700 scientists" as of August 20, 2006. A four day A Scientific Support for Darwinism petition gained 7733 signatories from scientists opposing ID. The AAAS, the largest association of scientists in the U.S., has 120,000 members, and firmly rejects ID. More than 70,000 Australian scientists and educators condemn teaching of intelligent design in school science classesList of statements from scientific professional organizations on the status intelligent design and other forms of creationism. According to The New York Times "There is no credible scientific challenge to the theory of evolution as an explanation for the complexity and diversity of life on earth". Dean, Cordelia (September 27, 2007). "Scientists Feel Miscast in Film on Life's Origin", The New York Times. Retrieved on 2007-09-28. 
  9. Nature Methods Editorial (2007). "An intelligently designed response". Nat. Methods 4 (12): 983. doi:10.1038/nmeth1207-983. 
  10. Mark Greener (2007). "Taking on creationism. Which arguments and evidence counter pseudoscience?". EMBO Reports 8 (12): 1107–1109. doi:10.1038/sj.embor.7401131. 
  11. National Academy of Sciences, 1999 Science and Creationism: A View from the National Academy of Sciences, Second Edition
  12. Q & A on Evolution and Intelligent Design American Association for the Advancement of Science.
  13. Página de Michael Behe no Departamento de Ciências Biológicas da Lehigh University
  14. [1]
  15. [2] [3] [4]
  16. [5]
  17. [6]
  18. [7]
  19. [8]
  20. [9]
  21. [10]
  22. [11]
  23. "BEHE, Michael". Caixa Preta de Darwin, A. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1997, ISBN 8571104123
  24. A Scientific Dissent From Darwinism (em inglês)
  25. http://www.ncseweb.org/resources/articles/3541_project_steve_2_16_2003.asp
  26. http://www.butler.edu/clergyproject/religion_science_collaboration.htm
  27. Design Inteligente e Criacionismo não são a mesma coisa (em inglês)
  28. Meyer, Stephen C. e Keas, Michael Newton, The Meanings of Evolution, Discovery Institute, 2001
  29. Wall Street Journal (em inglês)
  30. artigo "The Origin of Biological Information and the Higher Taxonomic Categories" (em inglês)
  31. Página pessoal do Dr. Richard Sternberg (em inglês)

Ligações Externas[]

(em inglês)

(em português)

(em espanhol)

Mais informações[]

(em português)

  • A Caixa-Preta de Darwin: O Desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução por Michael J. Behe.
  • A Ideia Perigosa de Darwin (1995) por Daniel C. Dennett.

(em inglês)

  • The Politically Incorrect Guide to Darwinism and Intelligent Design por Johathan Wells.
  • Darwin's Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution por Michael J. Behe.
  • Evolution: A Theory In Crisis por Michael Denton.
  • Nature's Destiny: How the Laws of Biology Reveal Purpose in the Universe por Michael Denton.

Outros artigos a consultar[]

  • Estratégia da cunha
  • Teleologia
  • Queda Inteligente
Advertisement